Trancada no meu quarto bagunçado, só com meus fones no ouvido, escutando aquela música que me faz lembrar de você […] Deixei a porta trancada, pra que eu possa ficar sozinha, pra que eu possa chorar, desabafar pra mim mesma, sem ninguém perguntando se eu estou bem, sem ninguém pra invadir minha privacidade. Apaguei as luzes, fechei as janelas, para que eu ficasse no escuro assim como está minha vida. Os livros jogados no chão, as roupas espalhadas por toda parte, a toalha molhada em cima da cama, aquilo ali estava uma bagunça, bem parecida com a bagunça que você deixou no meu coração […] Está frio lá fora, me lembrou a pedra de gelo que está se formando dentro de mim, essa pedra que um dia foi quente, cheia de amor e carinho por você. Então me deitei, a música estava quase  no fim, e as lágrimas percorriam o meu rosto […] Até então eu só havia havia me lembrado dos momentos que me fizeste sofrer. Mas ai lembrei dos nossos momentos bons também. Enxuguei as lágrimas, e tirei um sorriso sincero do meu rosto, ao lembrar dos nossos beijos e carinhos, e pensando também na pena que eu sinto por nós não termos dado certo, você não me quis mais. Mas Deus sabe o que faz. A música chegou ao fim, e eu havia parado de chorar, e me pegava pensando que eu deveria seguir em frente, arrumar essa bagunça do meu quarto, e a do coração também […] E de repente bateu o sono, e eu adormeci na expectativa de que o dia seguinte, a vida sorriria pra mim, e que eu fora mais feliz, que eu não deixaria ninguém mais me fazer de boba, e que eu iria seguir em frente, com ou sem você.