Meus Sons

domingo, 31 de março de 2013

E mais uma vez ela se esqueceu de abrir a janela e ver o sol nascendo,

‘E mais uma vez ela se esqueceu de abrir a janela e ver o sol nascendo, enquanto esperava a lua brilhar no céu de novo. Inconstante.  Queria lentamente se esquecer de tudo, se esquecer de ver como as horas passam e com elas os segundos, consumindo lentamente aquilo que sempre quis manter resguardado em si,  seu tempo.  Se esquecer das histórias que embalavam risos e memórias, que até então pareciam não ter mais sentido algum.  De todas as vezes que se esquivou da coragem pra deixar que o medo tomasse proporções catastróficas que nunca a deixariam caminhar apenas com o coração. Se esquecer dos erros e fracassos de uma vida e os acertos ou supostos que se tornaram fundamento de glória, em vão.  Se esquecer dos planos e sonhos insólitos que outrora a levavam as alturas em brusca queda.  Se esquecer da relativa razão que por muitas vezes a fez distante de si mesma.  Das juras e versos convictos e da rotina incessante e a constância de todo seu patético repetimento.  Se esquecer  de seus enganos e seus choros escondidos.  Das dores profundas e de toda saudade sentida. De ter que aprender a lidar com a perda e aprender que as pessoas não são eternas.  De suas verdades, suas crenças e dogmas, suas mudanças repentinas e sua perseverança naquilo que sentia.  Se esquecer da liberdade abstrata que nem sabia que existia.  Da solidão de suas palavras e na plena redundância de seus pensamentos.  Se esquecer  das vezes que se machucou e de tudo o que a fez querer  se vingar.  Se esquecer  de quando ficou a mercê de seus pensamentos.  De quando sentiu que faltava alguma coisa, mesmo com o todo aparentemente completo. De quando apenas lhe restou forças pra chorar. Se esquecer das vontades repentinas, dos risos inconstantes.  Se esquecer do desejo as vezes de fugir e deixar tudo pra traz. Das noites em claro pensando, dos dias mal dormidos por falta de sonhos  ou por querê-los assim acordada.  Das expectativas que a vida lhe trazia. Da cor, da luz, do ar, da melodia. (…) queria sim se esquecer de si mesma e aprender que nem sempre a lua permanece no céu, mais o sol sempre nasce pronto a mostrar o recomeço de um novo dia. Este pleno em si, ou perdido em seus esquecimentos; *Giih Spoladore

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