“O luto é uma coisa engraçada. No começo é só negação e tristeza, as lágrimas caindo em grupos, e a questão que teima em saltar pela boca de quem perdeu “Por quê? Por quê?”. O coração afunda para junto do estômago que, por sua vez, já encontra-se lá no chão. O mundo é um lugar diferente. Vem, então, toda a burocracia e a melancolia do velório, do funeral, aquele rosto pálido e pacífico sorrindo debaixo de um véu para então ser para sempre enterrado ou cremado. Aí é isso, acabou-se, a obrigação agora é seguir com a vida como se nada tivesse acontecido, ignorando que o mundo perdeu mais um. Situação tão surreal que a negação ainda não foi embora! E as lágrimas continuam a cair, copiosas, teimosas, sobre o colo de quem perdeu. Lágrimas de saudade, de nostalgia pelo que não volta mais e não pode ser consertado. O tempo passa e todos dizem que ele cura tudo, mas no fim as palavrinhas de “eu estou bem” carregam emoção em seu interior e dizem, na verdade, “ainda morro de saudades”. Coisa engraçada, é o luto. A gente acha que esqueceu, mas lá no fundo, um pedacinho de nós ainda está a chorar.
A verdade é que eu nunca vou te esquecer |
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